Eu estava vendo televisão com meus pais hoje e passou uma chamada sobre o caso de um menino que tinha alergia à comida. Isso desencadeou uma conversa sobre alimentação, nutrição e condições de vida.
Meu pai, um ser bastante incomum, logo levantou suas teorias sobre mudança dos tempos, novas formas de vida, mimimi… Por sinal, eles está de novo fazendo a dieta de purificação. Somente vitamina e macarrão. Bizarro.
Em contrapartida, a primeira coisa que pensei foi no menino vivendo de comprimidos vitamínicos, suplementos alimentares… tudo para suprir suas necessidades orgânicas. Uma vida repleta de pílulas coloridas totalmente sem graça.
Mais tarde procurei alguma coisa sobre o caso na internet.
A situação do coitado do menino era muito pior do que eu imaginava: ele usa uma sonda ligada diretamente ao seu estômago 20h por dia pra se alimentar. Obvio que eu pensei com pena na situação.
Um dos maiores prazeres que tenho no mundo é olhar um prato, sentir seu cheiro e comê-lo. É algo que ultrapassa a necessidade, comemos por prazer.
Daí fui ampliando o pensamento e, no final das contas, cheguei novamente ao mesmo ponto de sempre: o homem gosta do ritual, da performance, da magia. É uma característica humana. Saímos da necessidade para o prazer. E isso vai desde comida até bebês. A procriação que perpetua a espécie passa por todo um ritual e, se você tiver sorte, até amor. Não sei o que pensar sobre os casos de amor homossexual, já que teoricamente não possuiriam uma utilidade biológica. Contudo, lembro de um professor no colégio falando de uma tese de biologia sobre o comportamento homossexual surgindo na população para controlar o crescimento demográfico. Bizarro, mas possível.
Mas acho que nós inventamos um mundo para diminuir a frieza e secura do mundo real.
É nessas horas que penso na publicidade como algo naturalmente humano, por mais estranho que soe. O que muda são os objetivos de comunicação. Pode parecer uma afirmação ingênua, mas não é. Eu entendo como o mercado se comporta, só acho que a técnica poderia ser usada para outros meios.
Mas, no final do raciocínio todo, o que eu fiquei pensando foi:
existem várias formas de se fazer as coisas, apenas escolha a forma mais bonita segundo os seus valores estéticos. A sua fidelidade a eles traz sentido a sua vida.
Com poesia a vida é menos dura, menos seca.